
Existem algumas coisas que podem ser engraçadas e irritantes ao mesmo tempo. Falta de timing é uma delas. Eu luto para manter o meu, mas às vezes não dá.
Pensando nisso, lembrei que nem todos conhecem a razão do nome ‘Setenta e Quatro Degraus’. E, mesmo depois de meses, eu não havia feito um - obviamente necessário - post explicativo.
Pois bem. Lisboa é aquela subida e descida da qual já falei. O apartamento em que eu morava ficava nas alturas! Se a Torre de Babel tivesse ido em frente, talvez a competição no quesito ‘Lá em cima’ fosse dura.
Para chegar em casa, era necessário encarar meia montanha e uma escadaria. E quantos degraus tinha essa escadaria?! Sim, pois é isso. Explicado está. Na verdade, a idéia de fazer um blog surgiu ali. (Vocês não imaginam o volume de informações e a quantidade de pensamentos surreais que passam na cabeça de um sujeito que precisa subir 74 degraus!)

Escadarias desse tipo são bem comuns. Ou melhor, escadas de todos os tipos são bem comuns por Lisboa, sobretudo nas ruelas. Nas ruas mais longas e mais íngremes, normalmente existem os elétricos (tipo bondinhos charmoso, bem comuns também) para quem ficar com preguiça ou achar que os membros inferiores não merecem tamanho sofrimento.
‘Nossa escada’, como já íntima, carinhosa e originalmente a chamávamos, quase nos matava todos os dias. Chegávamos sem fôlego, sem forças, sem perna e, muitas vezes, sem um pingo de dignidade (graças aos palavrões ditos em todos os tons e idiomas possíveis). A coisa se tornava ainda mais complicada porque os degraus não tinham o mesmo tamanho, então você não podia seguir um padrão e subir como se nada estivesse acontecendo. Era preciso estar super atento!
Mas como é preciso ver o lado positivo de tudo (ha-ha), a graça ficava em observar os objetos bizarros que surgiam do nada nos degraus. Já vimos cabeça maquiada de boneca (só a cabeça!), pares de tênis (diferentes, claro!), colete de guarda de trânsito (daqueles que brilham no escuro), armários, fatura de cartão de crédito, sofazinho, cadeira com perna, cadeira sem perna, cabide, mala cheia de roupas, banheira de bebê... Parece que português é criativo ao se livrar de coisas.
Mas como é preciso ver o lado positivo de tudo (ha-ha), a graça ficava em observar os objetos bizarros que surgiam do nada nos degraus. Já vimos cabeça maquiada de boneca (só a cabeça!), pares de tênis (diferentes, claro!), colete de guarda de trânsito (daqueles que brilham no escuro), armários, fatura de cartão de crédito, sofazinho, cadeira com perna, cadeira sem perna, cabide, mala cheia de roupas, banheira de bebê... Parece que português é criativo ao se livrar de coisas.