quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Ode ao Português


Quando não estou no Brasil, sinto falta de algumas coisas bem específicas. Mas minha maior saudade é do português. A língua. A portuguesa.

Em Portugal, essa saudade, claro, não existia, mas é só passar algum tempo em algum lugar no qual as palavras não me são de todo familiares que pronto... juras de amor eterno, lágrimas, pedidos de perdão por momentos de descaso e, quando percebo, já estou recitando o ‘Soneto da Fidelidade’ aos brados. Sérião.

Eu gosto de idiomas e gosto muito. Já me aventurei por alguns e apenas poucos permaneceram, infelizmente. Porém digam o que quiserem, mas não há terreno onde me sinta mais confortável do que o da língua de Camões. Com ela, faço o que quero. Nutrimos, desde hace mucho, uma relação de parceria de dar inveja a muita boda de ouro por aí. (E eu até agora não achei palavra tão engraçada quanto FRONHA em nenhuma outra língua. Ok... BAÇO chega até perto. Mas experimentem repetir FRONHA várias vezes. É insuperável!)

É uma pena que sejam poucos os lugares do mundo onde poderei viver essa amor. Bom, nem tanto, mas como não está nos meus planos próximos ir, por exemplo, a Guiné-Bissau, as coisas ficam mais complicadas. Nada contra Guiné-Bissau, mas só o vôo Rio – Bissau me toma metade de uma semana, no mínimo. E alguém saberia dizer se brasileiro precisa de visto? E a tal vacina pra febre amarela?

Pois bem... por enquanto, estou por terras latina. As de Cervantes. E das tortillas de patata. Ambos de importância semelhante, na minha concepção. Sí, cheguei há alguns meses e durante alguns outros estarei pela Espanha. Segovia. Do lado de Madrid. 1000 metros acima, pra ser mais precisa. E tentando olhar pra frente...


... Bem, não muito.