quinta-feira, 22 de maio de 2008

Uns Pedros


A Praça do Rossio é um dos principais pontos de encontro do centro de Lisboa. A região é grande e aberta, com cafés, restaurantes e pequenas lojas ao entorno. E a movimentação é constante. Nos lados, existem duas fontes, com bordas para sentar e estátuas jorrando a água. No meio há um grande monumento, com uma pomposa imagem de D. Pedro IV no topo. Aliás, o nome já mudou – "Praça Pedro IV" –, mas a maioria ainda prefere chamar de Rossio. No entanto, é exatamente o Pedro IV que me interessa.

Os estudantes brasileiros – e nesse grupo estou incluída – só chegam até o segundo D. Pedro durante as aulas de história. Poucos sabem do que vem em seguida. Pois venho informar que o Pedro IV é o nosso bom e velho Pedro I. Sim, o sujeito que 1822 tornou o Brasil independente às margens do Rio Ipiranga. Honestamente, não sei até que ponto isso é de conhecimento geral na colônia, mas confesso que era um elemento histórico que totalmente ignorava até então.

Mas eis que surge algo muito engraçadinho durante as leituras e as conversinhas sobre o Rossio. Conta uma lenda urbana lisboeta que, na verdade, a estátua do topo do monumento principal não é do Pedro, mas sim do imperador Maximiliano do México. Existem algumas teorias para o fato, mas a minha preferida é a de que foi feita uma encomenda de uma grande estátua do tal Maximiliano. Acontece que no momento em que estava no porto de Lisboa descobriu-se que o imperador já estava morto (assassinado, creio), e, portanto, a 'homenagem' não fazia mais sentido. Sem perder tempo, os portugueses ficaram com a estátua e a expuseram como de D. Pedro IV na praça. (Ao estilo ‘pra que ter trabalho se alguém já teve?!’) Logicamente, todo o processo foi facilitado pela semelhança entre os dois, como pode ser conferido aqui e aqui.

Comentário pessoal: bem, a semelhança é contestável, claro. Considerando que a moda européia entre os monarcas da época não era muito diversificada, fica fácil dizer que os imperadores fulano e beltrano eram i-guai-zi-nhos... Ou não?!

Até agora a história não foi comprovada. A maior parte dos estudiosos acredita ser realmente apenas mais uma lenda que ganhou força ao longo dos anos. De qualquer forma, é reverenciável (sem trocadilhos) que a dúvida ainda exista. Polêmicas à parte, é preciso concordar que a idéia foi boa. E funcional.

Quem não deve ter gostado muito foi o D. Pedro. O I e/ou o IV.

4 comentários:

Anónimo disse...

eu acho q eles nao tem nadave. so por causa do 'corte' (se assim pode ser chamado) de cabelo e a barba?

:P

mas eu quero mais bbb e saber das suas fofocas aí, mona.

:*

Anónimo disse...

Se essa história do "ah e tal, era o maximiliano mas a gente faz passar por pedro" for mesmo verdade, a mim nada me espanta... Aliás, se há alguma coisa que caracteriza o português é mesmo a sua capacidade de se desenrascar! :P

Renée disse...

Engraçado na dose certa
Informativo na dose certa
... tão gostoso de ler!!!

= )

Ainda bem que você finalmente passou a dividir os seus textos!

beijos

Anónimo disse...

mais sobre a vida universitária portuguesa, isabela.

um beijo, boa estadia,
guilherme semionato.